Sabe quando você sai para comprar um sofa e quando ele chega não cabe no espaço que você tinha. Parece história de arquiteto né, mas acredite isso acontece e muito.
E você já deve estar arrumando a solução que seria só medir antes de comprar e você está certo, é isso mesmo.
E porque então eu estaria falando sobre isso aqui? Minha intenção nesse post é falar sobre levantamento arquitetônico, levantamento topográfico, que resumindo a grosso modo é medir, anotar e estudar tudo que é existente antes de projetar, planejar e executar.
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O levantamento para nós arquitetos é o início de tudo, é nele que sabemos nossas restrições, até onde podemos criar o que existe ou não no local e para, ao final de tudo, que o sofá caiba na sala.
Então vamos lá:
Levantamento Arquitetônico
Essa etapa é muito importante pois nela realizamos todas as medições da edificação ‘as built’, (como foi construída, o resultado final) sem verificar estruturas e sistemas não aparentes, caso seja necessário isso é feito um pouco antes da obra com a retirada de uma camada na parede, em geral para verificação quando existe demolição.
Junto com as medições é comum tirarmos fotos gerais do local e de detalhes importantes. Elas posteriormente serão utilizadas para tirar dúvidas com materiais e fazer os famosos antes e depois, quando a obra estiver pronta.
Nosso check list para um bom levantamento contém:
- O perímetro da edificação ou do ambiente estudado.
- Alvenarias – espessuras e materiais de acabamento
- Janelas – comprimento, altura e peitoril.
- Portas – comprimento e altura.
- Detalhes estruturais – como degraus, pilares, vigas e inclinações do telhado.
- Pontos de água e esgoto
- Pontos de elétrica, como tomadas e lâmpadas
- Diferentes níveis – estabelecendo qual o nível zero, como ponto de referência.
- Materiais do piso, parede e teto
Quando reunimos todas as informações necessárias, começa a parte de transferi-las do papel para o computador, onde temos mais precisão e se tornará a base para o desenvolvimento do projeto em si.
Aqui na F.POLLI Arquitetura, trabalhamos com o sistema BIM (Revit), então durante essa etapa, nós “construimos” o levantamento num modelo 2D e 3D, com os materiais existente e com a topografia do local, que já vamos falar aqui nesse post. Com esse sistema evitamos erros e retrabalhos em relação a etapa de levantamento. Mas sobre as maravilhas de se usar um sistema BIM, falo em outro post ok?!
Levantamento Topográfico
Existem 3 tipos de levantamento topográfico: Altimétrico, Planimétrico e Planialtimétrico. E pra ficar bem fácil de lembrar cada um:
Altimétrico = alturas do terreno, curvas de nível, relevo
Planimétrico = projeção horizontal, “plano”, limites do terreno
Planialtimétrico = Relevo + limites do terreno
O planialtimétrico é o mais completo, mas dependendo do local não é necessário, então é importante conversar com o Topógrafo, para que ele indique qual o mais indicado para cada caso.
Você já deve ter visto eles por ai, com um equipamento grande apoiado em um tripé e em alguns metros outro com uma estaca alto. Esse equipamento é o teodolito e funciona para medir as diferentes alturas de um terreno. Assim como o levantamento arquitetônico, todos os dados coletados vão para o computador e transformamos eles em curvas de nível e o que mais for necessário.
Mas pra que serve esse tipo de levantamento?
O levantamento topográfico, especialmente para terrenos em aclive (que sobe em relação a rua principal) ou em declive (que desce) serve de base para saber se precisaremos de rampas e escadas, ou se o projeto terá diferentes níveis, se será necessário fundações aparentes ou não, entre outros.
Até mais!